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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Cevadouro Online "novo"

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sábado, 18 de setembro de 2010

O CORÇO (capreolus capreolus)

O Corço é o cervídeo de menor porte existente em toda a Europa. Primo afastado do veado, apresentou uma evolução ao longo dos séculos um pouco diferente da do seu primo Gamo, mas continuou a fazer parte da mesma família. No mundo leigo é conhecido por Bambi, o pequeno veado da banda desenhada que fez as alegrias da criançada.

Presença do Corça na Europa

Mas, apesar da toda a sua graciosidade e beleza, o Corço revela instintos tão apurados como os do mais bravio dos animais. Com uma capacidade visual fora do vulgar, o Corço consegue detectar um pequeno movimento a largas distâncias. Com um ouvido apuradíssimo sente o mais leve movimento ou o mais suave remexer da folhagem. Com um nervosismo só dele característico, este pequeno cervídeo consegue desconcertar o mais frio e calmo dos caçadores.

CORÇO MACHO ADULTO ANATOMIA DO CORÇO CORÇA ADULTA E CRIA

Apresentando uma altura ao garrote que raramente ultrapassa os 80 cm e uma facilidade de movimentação proporcionada pelas suas altas, esguias e resistentes patas, o corço consegue dissimular-se no mais elementar dos cobertos vegetais. Denotando uma elevada capacidade de adaptação, tanto o podemos encontrar a viver no mais denso das florestas do Norte da Europa, como nas amplas planícies abertas e cultivadas da Europa do Sul. E porque tanto agora está visível como no instante seguinte se ocultou sem sequer nos percebermos como, foi apelidado de "DUENDE da Floresta".

Por tudo isto, a caça ao Corço provoca uma paixão enorme em todos aqueles que gostam de caçar de forma ética e rigorosa.

A sua alimentação (apesar de ser um herbívoro ruminante como os seus primos) consiste maioritariamente no consumo de plantas leguminosas de folha curta, larga e tenra, pelo que fácil se torna procurar os corços numa região onde estejam presentes: basta saber onde se encontra a sua alimentação preferida e observar, em diferentes momentos do dia, os campos onde se alimentam.

Tal como os primos, apresenta o referido dimorfismo sexual (ver página do Veado), sendo o seu troféu constituído por um par de hastes com apenas três pontas: a anterior, a central e a posterior. As fêmeas parem igualmente uma cria por ano, sendo vulgar em regiões de grande abundância e qualidade de alimento, existirem várias parições gémeas. Contudo o seu período de gestação é muito superior ao do gamo e ao do veado; a época de reprodução acontece - nas regiões temperadas - entre meados de Abril e fins de Maio (nas regiões frias do norte da Europa o cio só acontece nos princípios de Agosto), mas as crias só nascem no princípio da Primavera seguinte. Este facto é devido a um fenómeno interessantíssimo que nos mostra como a Mãe Natureza protege os seus filhos: para garantir a maior possibilidade de sobrevivência das crias, as parições só se verificam no princípio da Primavera por ser esta a época em que a alimentação preferida é mais abundante, de maior qualidade e mais rica em nutrientes. Para isso as fêmeas beneficiam de uma implantação retardada do óvulo - os óvulos fecundados só se alojam no útero para iniciarem o seu desenvolvimento e darem origem ao embrião cerca de 4 a 5 meses após o momento da fecundação. Fenómeno este que só se verifica nos Corços.

Troféu do Corço

LEGENDA:

1 - Ponta Anterior 2 - Ponta Central 3 - Ponta Posterior 4 - Tronco da Haste 5 - Perlado 6 - Roseta

a) e b) Primeira cabeça (ou vareto) c) segunda cabeça d) Terceira cabeça ou seis pontas

Em Portugal o Corço esteve extinto em todos os terrenos de caça do território nacional, durante os três primeiros quartos do século passado. Apenas se conheciam raros afloramentos da espécie no distrito de Bragança, provenientes da proximidade com os terrenos coutados da vizinha Galiza, que, uma vez por outra, facilitavam o seu aparecimento em território nacional. Ao contrário do Gamo e do Veado a espécie não esteve introduzida em zonas fechadas (vedadas com rede ou muradas) porque por uma lado se desconhecia as suas necessidades em termos de habitat, e por outro porque a espécie não tinha procura e logo não tinha valor comercial. As raras experiências de introdução que se conhecem nesse período falharam redondamente porque as escolhas dos biótipos de introdução não foram as mais adequadas.

O Corço é um animal que, devido às suas preferências alimentares consome pouca água, retirando-a quase exclusivamente do alimento que digere, pelo que necessita de um ambiente com um mínimo de 800mm de média de precipitação anual. Quando tal não acontece a espécie enfraquece, definha e os animais vão a pouco e pouco perecendo.

Ao contrário do gamo e do veado, que apenas marcam e defendem um território antes e durante o cio, o Corço é um animal permanentemente territorial; só as condições adversas (em termos de alimentação ou tranquilidade) o fazem mudar de território. Talvez por este motivo os biólogos afirmem que o corço não se "dá" em áreas fechadas. Defendem estes que, ao demarcarem o território e com o o intuito de o defenderem permanentemente, os corços machos mais velhos perseguem continuamente os mais novos não lhes dando descanso. Estes concorrentes, por não poderem alimentar-se e descansar acabam por morrer, não sendo possível o desenvolvimento populacional da espécie como seria pretendido.

Corço territorial derrotando um concorrente

Dependendo do biótipo em que se encontram, da qualidade e quantidade de alimento disponível bem como da densidade populacional na região, os Corços machos podem exibir territórios que oscilam entre os 3/5 hectares até aos 50 ou mais hectares. Com base na minha experiência pessoal posso afirmar que observei territórios de 5 ha (em média) nos países da Europa de Norte, de cerca de 60 a 100 ha na Dinamarca e bastante mais extensos na região Galega (Espanha).

Actualmente existem em Portugal algumas zonas de caça de tipo turístico, vedadas com rede de dois metros de altura onde os corços foram introduzidos e onde consta que se dão relativamente bem. Apesar de pessoalmente não conhecer essas zonas e apenas obter referências de duas ou três, verifica-se que nos dois últimos anos se cobraram troféus de grande qualidade sendo uma delas a progenitora do record de Portugal, bem como do troféu posicionado em segundo lugar. Estamos a falar de Medalhas de Ouro com 171,93 e 144,78 pontos CIC.

Quanto às zonas abertas apenas tenho memória de uma introdução de 5 casais de corço na serra da Lousã, nos finais da década de 90 e com o patrocínio do Clube Português de Monteiros. Sobre o desenvolvimento desse núcleo, desconheço o que foi o seu futuro, pois nunca mais ouvi qualquer referência sobre o assunto.

Para caçar Corços só há dois processos de caça : a aproximação e a espera. No que se refere à Montaria ou à Batida, desaconselho vivamente estes processos porque os corços, quando pressionados, deslocam-se de forma errática, em grande velocidade e com saltos que podem atingir uma dúzia de metros de comprimento, sendo muito difícil atirar-lhes com carabina, em movimento. E por este motivo recebeu a alcunha de "Traga Balas".

Nos países nórdicos, quando se fazem batidas de caça maior em zonas onde existem corços, permite-se atirar com caçadeira carregada com cartuchos de chumbo grosso ( nº1, 2 ou 3), mas lá como cá, o zagalote é proibido.

Quando se caça de aproximação há que ter cuidados redobrados e é não só importante seguir TODAS as recomendações mencionadas na explicitação deste processo de caça, como ainda mais alguns:

- Em áreas florestadas as deslocações do caçador devem ser efectuadas sempre pelo bordo da floresta, mais para dentro do que para fora.

- A movimentação deve ser feita muito lentamente e sempre utilizando o ambiente natural para nos ocultarmos.

- O vento TEM DE ESTAR SEMPRE NA CARA.

- As observações devem ser efectuadas com binóculos de elevada qualidade óptica.

- Deve privilegiar-se a observação das zonas abertas, prados naturais e culturas, que devem ser vistas, revistas e voltadas e ver.

Identificação do sexo do Corço através da imagem do escudo anal.

De igual modo devemos estar atentos às marcas de presença dos corços, nomeadamente aos rastos, excrementos e marcações de território.

Rasto do Corço Excrementos

E se a caçar de aproximação de repente ouvir um ladrar rouco e forte que se afasta, então caro amigo, isso significa que o Corço "deu" consigo antes que se tenha apercebido da presença do animal. O "ladrar" representa não só um sinal de aviso para os congéneres, como igualmente uma intimidação para os perigos desconhecidos.

A espera realiza-se, normalmente, em mirador (palanque) elevado, meio aberto ou fechado, situado em local com vista para um campo de alimentação ou zona aberta. Trata-se de um processo muito mais descansado já que permite observar calmamente os animais que saem ao limpo sem que estes se apercebam e realizar um tiro seguro, apesar de muitas vezes as distâncias de tiro não serem as mais confortáveis. No entanto, pelo que ficou exposto, e pelas dificuldades da caça de aproximação, consideram os grandes caçadores ser a espera um processo de caça pouco desportivo.

Apesar de estarmos a falar de um cervídeo de tão pequeno porte e que aparenta uma grande fragilidade, a verdade é que o cobro dos corços atingidos ou feridos de morte nem sempre se tem revelado tão fácil quanto se poderia pensar. Estamos em presença de duas situações: ou ficam "secos" ou fogem desenfreadamente para o zona de maior coberto vegetal (podendo percorrer por vezes grandes distâncias); devido aos saltos e velocidade da fuga, o rasto de sangue, sendo mínimo, fica muito espaçado e difícil de seguir. Por isso convém ter muita atenção à reacção do animal no momento do tiro. Em última instância a melhor opção é utilizar um cão de pista de sangue bem treinado. Pessoalmente prefiro os Teckel e ninguém me faz ir à caça sem a companhia da minha cadela "Linda" que tem mais vício na caça maior do que eu.

4 , 5 , 7 , e 8 - Cobro fácil. Ou fica no local do tiro ou muito perto.

3 e 6 - Cobro difícil. Percorre grande distância. Imprescindível o uso de cão de pista de sangue.

1 - Cobro fácil. Deixa muito sangue e pedaços de carne no local do tiro, mas percorre grande distância.

O rasto de sangue é, no entanto, bem visível.

2 - Cobro difícil. Percorre grande distância. Pouco sangue no trajecto de fuga. Fundamental utilizar cão de sangue.

Finalmente e sobre os calibres mais apropriados para caçar o Corço, a tónica é posta nos calibres pequenos, médios no máximo. Tratando-se de um animal de pequeno porte, a utilização de um calibre médio pode destruir grandes quantidades de carne e assim subaproveitar a carcaça do animal que, diga-se de passagem, tem uma carne de excelente qualidade e de requintado sabor. Assim sendo os calibres mais adequados são o .222, todos os .223, o .243, o .257, os 6,5x ... , o .270, etc. Por sua vez os 7mm e o 30.06 são considerados como destruidores de carne, mesmo utilizando balas mais leves. Pessoalmente comecei a caçar corços com o .270W com bala PSP de 150 grães (9,7 gramas) e actualmente uso o .243 W com balas de 80 a 100 grães (4,5 a 6,5 gramas) .

terça-feira, 14 de setembro de 2010

EXTINÇAO de TORDOS preocupa caçadores


A caça aos tordos é uma das modalidades que mais interesse desperta entre os caçadores portugueses, em grande parte devido ao declínio registado nos efectivos de algumas espécies sedentárias (em particular do coelho), advindo de questões de ordem sanitária.

Contudo e apesar da relevância sócio-económica que os tordos têm em Portugal, e não obstante a importância ecológica que espécies como o tordo-comum e ruivo têm sobre os nossos ecossistemas, regista-se uma grande lacuna ao nível de estudos científicos sobre os factores que condicionam a dinâmica populacional das mesmas.

Nos últimos anos a experiência de campo revela uma preocupante tendência regressiva relativamente a estas espécies, o que parece aconselhar alguma precaução no que concerne à pressão de caça a autorizar.

Preocupados com esta situação a Federação Portuguesa de Caçadores e o Departamento de Ecologia da Universidade de Évora entregaram na Secretaria de Estado das Florestas uma proposta de estudo que visa o desenvolvimento de investigação conducente ao estabelecimento de critérios para a gestão cinegética dos tordos nas suas áreas de invernada. Pretende-se assim com este projecto de investigação científica aplicada que se prevê ter inicio já em Outubro do corrente ano, e que terá uma duração total de 45 meses, dar resposta a algumas das questões que tanto têm intrigado as organizações do sector da caça.

A possibilidade de realização deste projecto único a nível europeu, revela-se de extrema importância para o sector e para o país, dado que possibilita uma gestão cinegética destas espécies, mais sustentada em bases técnico-científicas. O estudo que irá ainda contar com a participação da Universidade do Porto (CIBIO), aguarda aprovação da tutela respectivamente ao financiamento, dado que o mecanismo previsto para custear estas situações (Fundo para a Pesca em Águas Interiores e para a Caça) ainda não está devidamente concretizado. Face à relevância do mesmo aguarda-se uma resposta pronta da tutela, que permita a sua concretização quer através de protocolo com a Autoridade Florestal Nacional (AFN) quer através de recurso a outros meios de suporte financeiro.

Epoca de caça as aves migratorias







A época de caça às rolas, pombos e outras aves migratórias arranca no domingo, uma semana depois do habitual.

Caçadores e ambientalistas apontam “erros” no calendário venatório 2010-2011 e reclamam alterações à legislação que enquadra o sector.

Nesta época venatória, que proíbe cartuchos com granalha de chumbo nas zonas húmidas incluídas em áreas classificadas, os caçadores podem caçar desde domingo a rola (até 30 de Setembro), a pomba-da-rocha (31 de Dezembro), patos e outras sete espécies (20 de Janeiro), o pombo-torcaz (20 de Fevereiro) e a pega-rabuda (28 do mesmo mês).

A data de abertura do calendário venatório foi criticada por federações e associações de caçadores, descontentes por só poderem “disparar” uma semana depois do habitual, numa altura em alegam que “já não há rolas” nas regiões Norte e Centro.

A Federação Portuguesa da Caça (FENCAÇA) mostrou-se ainda descontente pelos “atrasos” no calendário, definido numa portaria em Diário da República a 27 de Maio, mas depois alterado, numa portaria de 22 de Julho, “a apenas um mês da abertura” da época.

Já as associações ambientalistas criticam a falta de ordenamento, a permissão do abate de espécies em vias de extinção e “erros” no calendário venatório.

A Quercus considera “um contrassenso” que, no Ano Internacional da Biodiversidade, o Governo permita que se inclua a rola-brava, “uma espécie em vias de extinção“, na lista de animais a abater.

A Liga para a Protecção da Natureza (LPN) classifica o calendário como um “mau exercício de gestão sustentável da caça” e reivindica, por exemplo, a revogação imediata das cinco novas espécies às quais se pode “atirar” este ano.